Gratidão, qualidade difícil de se encontrar...
O homem não
nasceu para viver sozinho. Nessa convivência com os outros, que chamamos de vida social, passamos a caminhar em uma via de mão dupla, onde oferecemos e recebemos ajuda. Alguns são mais pródigos em dar do que em
receber. Outros, recebem e não
reconhecem e nem tampouco agradecem o benefício recebido. Acham, muitas vezes, até ser uma obrigação em ser servido. E se é beneficiado por longo prazo, quando deixam de receber a
ajuda torna-se inimigo daquele que, por algum motivo, deixou de ajudar.
É esse
o tema que quero abordar.
A meu ver, a ingratidão é uma das queixas mais
frequentes que se ouve de quem se doa ou
faz um benefício aos outros e recebe em troca a indiferença ou a falta de
reconhecimento do beneficiado. Até Jesus queixou-se daqueles leprosos que
foram curados por Ele. Curou dez, mas
apenas um voltou para agradecer.
Não estou aqui
fazendo a apologia de que o favorecido deva continuamente ficar ajoelhado aos
pés de quem o ajudou, agradecendo o favor, alimentando o seu “ego”, mas que deva ter o mínimo de humildade de saber que não chegou
até àquele patamar sozinho, pelo contrário, contou com o apoio e a ajuda de uma mão
solidária.
Quando se é grato
a quem nos ajuda, mantemos sempre uma porta aberta a nosso favor, que nos dá a
liberdade de entrar e sair quando precisarmos. Ao contrário, a ingratidão é uma
via de mão única onde você recebe uma vez e fecha a porta com a fechadura lacrada por dentro.
Assim também
acontece com o lado afetivo e sentimental. As pessoas vão se doando por longos
anos, ignorando falhas, passando por
cima de agressões verbais, físicas, tolerando imperfeições, limites, esperando
que um dia esse amor e dedicação sejam reconhecidos e retribuídos de alguma
forma. Porém, às vezes, a espera é tão longa que desanima e destrói a
esperança e o que termina ficando é a lembrança da ingratidão deixada por quem
não soube reconhecer e agradecer o amor recebido.
Posso relatar
aqui algo que chegou a meu conhecimento, de alguém que doou a sua vida inteira
em favor de seus entes queridos, ajudando-os
financeiramente e materialmente. Já em idade avançada, doente,
precisando de apoio e companhia foi deixada de lado, abandonada nas mãos
de cuidadoras, sem nenhum vínculo
emocional. Até as visitas familiares se tornaram algo raro.
Quando aconteceu o óbito, era grande o desespero daqueles
que egoisticamente não foram presentes enquanto a ajuda ainda era
necessária.
Quando nos
concentramos em nós mesmos, no primeiro momento podemos até pensar que estamos
levando vantagem em agirmos assim, porém, chega uma hora em sentimos o peso do remorso por não termos feito aquilo
que a nossa consciência nos apontava como sendo o correto.
Existe um dito popular, que diz: “Devemos fazer o bem sem olhar a quem”
e sem esperar algo em troca. Refletindo
sobre isso, podemos concluir que, só com essa mentalidade, podemos sair de nós mesmos fazendo algo pelos outros e ficarmos com o
nosso coração pacificado. Se você já passou pela experiência de dar sem
receber, de amar sem ser amado e partilhar sem ser partilhado, não se deixe
abater, sabendo que você não é o único a passar por essa experiência. Lembre-se de que ser fiel aos princípios
morais que nos foram ensinados é muito mais relevante do que receber um tapa
nas costas de hipocrisia.
Adorei o texto!! com certeza, disse tudo!
ResponderExcluirNada melhor que a atitude de Jesus com relação aos 10 leprosos para justificar que, ter gratidão é uma virtude, e que deveria ser cultivada sempre. Eu me reconheço uma pessoa grata, primeiro a Deus pelo seu amor incondicional por mim, segundo aos meus pais, pela minha vida, aos meus familiares e amigos, pelo apoio, carinho, acolhimento que tenho recebido nos bons e maus momentos vividos. Por tudo isso achei o seu texto muito oportuno, porque às vezes é necessário alguém nos lembrar que a gratidão é importante.
ResponderExcluirParabéns!
Beijos,
Albanita Leitão
Obrigada pela atenção ao ler o artigo e postar o seu comentário. Valeu!
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