UMA VERDADE ALÉM DA NOSSA.

            Refletindo sobre a ansiedade e a insatisfação pessoal  com que nos deparamos frequentemente, debrucei-me nas lições  que recebi ao longo da minha vida, chegando à seguinte conclusão: grande parte dos conflitos pessoais e  sociais são frutos da incompreensão e intolerância originados da cegueira humana.
            Na vivência desses ensinamentos, pude perceber que, em certas ocasiões, tomamos  atitudes convictos de que estamos  agindo corretamente, porque nos  firmamos  em um pensamento unilateral, ou seja voltados  exclusivamente para a nossa própria verdade ou necessidade, sem percebermos  que existe um contexto coletivo a ser levado em conta. Isso, hoje, podemos notar  no ambiente familiar, no trabalho ou até na Igreja ou Comunidade que frequentamos.  Cada um se torna detentor e defensor da sua própria verdade e, com isso,  passa  a discutir e até gritar para sustentar o seu ponto de vista.  É o que chamamos de cegueira, não na condição física.
            O ser humano tem a tendência de se colocar como centro, por isso só vê do seu lado. Por exemplo, se está em uma fila, já atrasado para o seu compromisso, não pensa que, muitos outros, podem estar na sua mesma situação ou,  ainda,  pior.  Por isso, a celeuma é gerada.
            Paulo de Tarso é um personagem bíblico que retrata um pouco essa imagem descrita. Era um judeu fervoroso, convicto de suas ideias  e de que era portador da única verdade, porque estava fundamentado, exclusivamente,   na lei. Munido desse pensamento, perseguia, prendia e matava os que não tinham a sua mesma visão. Mas, um dia, ele caiu em si e se deu conta de toda a verdade, que estava muito além da sua.
            Assim pode acontecer comigo e com você, que talvez esteja agindo dessa forma, firmado em seu ponto de vista e na sua verdade unilateral, sem procurar ver o lado do outro. Quem sabe, não seja essa atitude que está gerando o bate boca,  a tristeza, desunião  e infelicidade em quem está próximo a nós?
            Costumamos  ouvir queixas de atritos familiares,  no trabalho  ou ambiente social  que frequentamos. A maioria delas poderia ser evitada se cada um olhasse para a verdade do outro, além da sua.

            Talvez, a partir de uma reflexão profunda em relação a esse comportamento por vezes inflexível,   possamos olhar os acontecimentos de um ponto de vista menos radical,   fixado no que achamos certo,  e assim  aceitar que existe sim, uma verdade além da nossa.
                   Bom proveito!
                   

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