Como conviver com os nossos medos sem que eles interfiram nas nossas decisões


                
                O medo é inerente a todo ser humano. E ele começa  a interferir na nossa vida desde a mais tenra idade.

                Lembro-me, de  quando pequena, das historinhas do lobo mau, da bruxa que  dava maçã envenenada para a branca de neve , o medo do trovão e do relâmpago, porque interpretavam para nós que eram os móveis do céu que estavam sendo arrastados, sem  esquecer  também do que ouvíamos das babás e até mesmo de alguns familiares, “não faça isso que o bicho papão vai te comer”. Na  parte espiritual, no nosso relacionamento com Deus, que é amor, nos mostravam e falavam de um Deus reprovador , um Deus que estava sempre a nos vigiar e anotar as nossas faltas em um caderninho para depois  nos castigar. E, assim, tentavam reprimir as nossas artes,  nos amedrontando.
                Cada um dribla  o medo à sua maneira, embora  haja  quem fique  com os  seus resquícios  a vida inteira, permitindo que eles interfiram   em suas decisões e escolhas.
 Não podemos ignorar os nossos medos. Temos que enfrentá-los,  porque eles são um entrave na  nossa vida, se não for combatido. Temos que procurar descobrir a sua raiz para, assim, procurar derrotá-lo.
A Palavra de Deus nos alerta 365 vezes, uma para cada dia do ano: “Não tenha medo, “Não temas, eu estou contigo”, Por que temeis, homens  de pouca fé?
Lembro-me de um fato que aconteceu com a minha pessoa, quando criança. Eu tinha uns 6 para 7 anos. Estudava no Colégio Santa Joana D’Arc, na minha cidade natal, Floriano/PI.
Havia uma garota que, a meu ver,  era a mais velha da turma, muito precoce, autoritária, e todas as crianças se intimidavam diante das investidas dela. Por umas duas vezes ela bateu em mim. Passei a chorar,  sem querer ir às aulas. O meu avó procurou saber de mim o que acontecia,  e  me encorajou a enfrentar aquela garota. Ele me disse que se eu não fizesse isso, jamais iria me desvencilhar daquele medo. No dia seguinte, na hora do lanche a menina se aproximou de mim e quis levar a minha lancheira. Quando ela chegou bem próximo, confesso  que estava tremendo,  olhei para o chão,  peguei um cipó e fui em direção a ela, que se afastou correndo. A partir daquele dia, ela não me provocou mais. E eu experimentei a satisfação e a segurança  de enfrentar  os meus medos e sair vencedora.
 Meu avô, pai da minha mãe, se chamava Dib Barguil.  Foi um dos primeiros sírios que chegaram  em Floriano/PI. O que eu mais admirava nele era a sabedoria, que não era de escolas, e sim a do Alto. Fui a primeira neta, e, criada por ele.  Muito do que sou hoje, como pessoa, agradeço a Ele.
Esse fato,  aos olhos de quem não viveu, parece uma bobagem,  mas que marcou muito a minha história e me ensinou a me libertar dos meus medos,  até hoje.
Não quero,   e não estou,  absolutamente,   aconselhando  ninguém a enfrentar um assaltante ou um assassino. Nada disso...  nesse caso você até pode ficar sem a sua vida. O meu conselho é que você enfrente os seus inimigos ocultos, que estão guardados,  ao longo do tempo,  dentro de você e que o impedem de viver a vida intensamente, tirando dela tudo o que ela tem de melhor a lhe oferecer.
Existem pessoas que tem grandes projetos para colocar   em prática, porém , são desencorajadas, porque  foram tolhidas as suas chances,  porque lhes disseram:    “ É  melhor não tentar,  isso não vai dar certo,  você não irá conseguir” e coisas semelhantes.  Outros, cresceram ouvindo até dos pais:  “você não presta, você não tem capacidade, nunca vai fazer nada que se aproveite” .  O resultado vai ser o de uma pessoa medrosa,  insegura,  que não tem confiança em si e nem nos outros e que não tem coragem de colocar os seus projetos em prática.  Por isso, fica acuada, medrosa, descrente, incapaz de realizar grandes coisas. Passam a ter medo do futuro, e,  por conta disso, ficam vulneráveis  ao  medo e ao sentimento de fracasso.  “ E se o dinheiro acabar? E se eu perder o emprego? E se eu adoecer? E se quem eu amo morrer? E assim,  vai  deixando entrar no seu interior esse sentimento tão prejudicial para o seu crescimento  emocional,  espiritual, intelectual e de interação para com as pessoas.
“É preciso coragem, é preciso ter força, é preciso ter garra, sempre.  Quem tem no corpo essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”. Essa é a receita que nos dá a música intitulada “Maria”, se não me engano, de autoria de Milton Nascimento.  Vamos colocá-la em prática?  Garanto que  a nossa vida irá se transformar, para melhor... Coragem. Vamos em frente.
Se há um vencedor, por que não pode ele ser eu?  Se tantos conseguiram, por que eu  também não conseguirei? 
“Tudo posso Naquele que me fortalece”. (Fil. 4, 13).
                 
               




               
                

Comentários

  1. Arrasou D. Marlise. Belo blog, belas matérias e ótima escrita. Me identifico com esse " post " de hoje. Coragem é algo que nunca me faltou. Enfrentar os obstáculos da vida e conseguir vencer é uma das coisas mais prazerosas que existe nessa nossa vida tão curta! Parabéns pela pessoa que a senhora é e por ser um exemplo de mulher! Beijos e abraços afetuosos. Ivna Fontenele.

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  2. Muito bom Marlise, hoje esse me foi muito util! obrigada! beijão!

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  3. Gostei mãe. Dicas muito construtivas! Bjos

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  4. Querida prima Marlise ...Deus continue te abencoando...simplesmente amei!!!Confesso q vou tirar grande proveito de tudo q li... !Medo eh inerente a situação humana....mas somos chamados a enfretar ...e sermos vencedores!! Amei o tema e a sua a excelente bordagem .Bjoss

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